Em adolescente fiz bastantes trabalhos em ponto cruz e sempre fiquei com vontade de tentar fazer arraiolos.
A altura chegou quando escorreguei e fracturei a rótula. Além de gesso desde o tornozelo até à coxa fiquei com uma enorme depressão. Num momento de lucidez pensei: se nas prisões e nos centros de desintoxicação os arraiolos são usados como ocupação e terapia a mim também me deve fazer bem...
Eu já tinha uma revista com este tapete e com os "passos básicos" para começar uma almofada de arraiolos. A minha mãe deslocou-se à "Serranofil" e comprou tudo o que era preciso.
A fazer e a desmanchar fiz o tapete num mês, que foi o tempo que tive o gesso. Até a franja fui eu que coloquei com uma pequena explicação que o empregado da loja deu à minha mãe.
Além do tapete ter ficado giro, melhorei bastante da depressão e um mês passou num instante.
A fractura da rótula foi mesmo um grande azar, mas transformou-se num tapete giro.
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