quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Quem sou eu?


Olá a todas

Disse que voltaria em breve, mas menti-vos sem querer.

Pensei que estava melhor do que há uns meses atrás, mas não é verdade.

A mulher com ar frágil, que quando se via ao espelho, se via assim:


agora, vê-se assim: vê-se com olhos tristes, com ar pálido, com rugas... com muito mau especto.

O marido diz: concordo com os olhos tristes, mas isso há-de passar.
- quais rugas? As poucas que tens sempre tiveste, são de expressão.
- ar pálido? Até estás com ar bronzeado dos ares lá de cima...


Tivemos 15 dias de férias, que incluiram mudanças (tive de entregar a casa da minha mãe ao senhorio). Detesto mudanças e esta então...rrss... tantas lembranças, tantas recordações, tantas saudades.

Se pudesse tinha estalado os dedos e a casa da minha mãe saltaria inteirinha, minimizada, pada dentro de um dos meus anexos em Tomar, mas isso era impossível e tudo passou pelas minhas mãos, até o que inevitavelmente era para dar.

Foram dias que me pareceram intermináveis para darem depois lugar e um cansaço, a uma vontade de não fazer nada, a um grande vazio.

As "ditas férias" tiveram alguma coisa de bom: não precisei de me levantar às 6H da manhã como faço todos os dias, mas grande parte do tempo passei-as esticada na cama, no sofá, com o computador ligado, mas sem jogar, sem ir aos mails, muito menos aos blogs.


Voltei ao trabalho, sinto falta dos telefonemas que fazia parã a  minha mãe, depois para o lar, para o hospital...

Só saio da sala para fazer xi-xi, desejo que ninguém entre, só me apetece estar quietinha...

Tenho de trabalhar, mas preciso de me "zangar comigo" para  manter em dia.



Eu, que quando a minha mãe andava de luto, lhe tentava fazer ver que o luto está dentro de nós e não na roupa, apesar de sempre usar uma peça preta ou branca, quando ia a um funeral, mesmo que não fosse de ninguém chegado, por uma questão de respeito, de homenagem e foi o que fiz quando faleceu o meu pai e o pai da minha filha mais nova, agora ainda não consegui alargar o meu horizonte de cores, que está resumido ao preto e branco e, raras vezes, deixo o cinzento vir à rua.

Não tem nada a ver com "o socialmente correcto" (sempre fui literalmente o contrário), mas é como me sinto menos mal... parece que quanto mais escuro, mais invisível fico.

Nem sabem como estou a resistir para não alterar "o logotipo" (não sei como dizer), do meu blog, para a foto seguinte:


Não tenho feito telefonemas a ninguém, não tenho mandado mails, mas tem-me sabido bem quando me telefonam e quando me escrevem.

Foi por isso que hoje vim aqui: a minha afilhada e amiga Guidinha (http://aspetalasdamargarida.blogspot.comtem falado comigo e disse-me que tinha feito uma postagem e hoje fui ver... coitada, quantas postagens de trabalhos maravilhosos já ela tinha feito e eu sem ter visto nada, rrss.

Entrei pelo blogger e vi comentários, já com bastante tempo... desculpem todas. Muito, muito obrigada por ainda se lembrarem de mim.

Um beijinho especial para a querida Vivi (http://esquecimedeviver.blogspot.com) que também esteve ausente 8 meses, passando por um período terrível e assim que teve um ânimo se lembrou de mim.

Sei pela Guidinha que outras pessoas perguntaram por mim, me mandaram mails, que eu ainda não li... ainda não estou com vontade e não me quero pressionar.

Tenho saudades de vocês e de mim também, de ser aquilo que era, não me reconheço, não sei quem sou neste momento, e do pouco que sei, não estou a gostar mesmo nada, mas dizem que o tempo tudo cura e eu "vou dar tempo ao tempo".

Fiquem bem, sim? Muitos beijinhos

Muitos beiinhos